quarta-feira, 17 de junho de 2009

Um certo homem das leis

Vive de dizer a todos
-Isto pode
aquilo deve
isso necessita!

Não se passa de um tolo
talvez só um prepotente
um ator
um pobre moralista.

Não traz certezas
ao contrário
com sua frieza
faz ao outro: -Otário!

Interrogação e vileza no rosto
e a fraqueza d’outro alimenta.
A sensação por dentro
“paciência”...

4 comentários:

  1. Qual homem, qual lei?
    É verdade? Eu não sei.
    Mas sei que o juízo justo,
    Sem norma e sem corrupção,
    Não tem preço, não tem custo,
    Só obra, fé e oração.

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  2. Pois esta é a questão. Quem são os "homens das leis"? Num primeiro olhar, parece apontar um inimigo externo, alguém, um tal homem. Mas talvez não seja a mera descrição de um outro, mas sim a dor de uma crise de consciência. Afinal, quem é o moralista e o otário? Quem somos nós? Homens das leis? Que leis?

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  3. Lembrei deste poema hoje... Senti o mesmo ódio, a mesma indignação diante deste moralista prepotente. Assisti inerte ao teatro hipócrita do fórum, celebrando o absurdo e o irracional como verdade. Asco desta peça mal encenada, neste palco triste... entre sorrisos de malícia e olhares comprometidos com a farsa. Tal qual uma epidimia letal, assim espalham sua verborragia jurídica, enquanto alguém, em algum canto da mesa, olha assustado, mal compreendendo o palavreado que discursa sua própria vida. O cliente, a parte, o autor, o réu... Que nada! Papéis secundários. Neste teatro quem protagoniza são os homens das leis.

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  4. -Eu quero ser juiz!
    -Ah... Juiz?
    -É, juiz.
    -Juiz???
    -Juiz...
    -Eu só quero ser feliz...

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