"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Cântico negro
A caminhança e o livre-arbítrio: proposta para uma reflexão
“Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição. Escolhe, pois, a vida, para que vivas tu e a tua descendência, Amando ao Senhor teu Deus, dando ouvidos à sua voz, e achegando-te a ele; pois ele é a tua vida, e o prolongamento dos teus dias; para que fiques na terra que o Senhor jurou a teus pais, a Abraão, a Isaque, e a Jacó, que lhes havia de dar”.(Deuteronômio, 30: 20,21)
O findar de um ciclo e o advento de um novo período sempre nos convida à reflexão. Muitas vezes somos tentados a fazer um balanço do que se passou e projetamos em nossas mentes aquilo que gostaríamos que acontecesse em um futuro próximo, fato que nos enche de esperança e alimenta, ao mesmo tempo, nossas angústias.
Sinceramente, confesso que estou tentado a duvidar do tão propalado “livre arbítrio”. Ao analisar nossa breve caminhança, tenho a impressão de que nosso campo de decisão é tão amplo quanto ao de um trem que necessariamente caminha sobre seu próprio trilho, ou das águas de um rio que necessariamente correm sobre seu leito.
Quantas vezes, ao analisarmos como as coisas se passaram em nossas breves vidas, não temos a nítida impressão de que fomos conduzidos ao invés de “decidirmos” o rumo a ser seguido? Quantas vezes um turbilhão de inúmeras coincidências não conspiraram para que as coisas, por menores que fossem, ocorressem da forma como ocorreram?
Claro que qualquer pessoa poderia objetar: “Mas de fato, você tem livre arbítrio. Você poderia, por exemplo, matar o seu irmão”. Mas será que esta é, realmente, uma opção? Posso escolher entre comer arroz com feijão ou pizza no dia de hoje, mas não é dessas decisões menores a que me refiro. Refiro-me àquelas que de fato poderiam ter sido tomadas, e que de forma efetiva possuíram a aptidão para alterar o curso de nossas vidas, contribuindo para que nos tornássemos aquilo que somos no dia de hoje.
Tenho certeza de que não nos unimos por acaso. Não nos tornamos amigos por acaso. E nada em nossas vidas aconteceu que não fosse por vontade de nosso Pai, criador do céu e da terra. Tal como a passagem citada acima, a única decisão que podemos de fato tomar é abraçar a fé. O caminho, creio eu, já está há muito traçado, e tenho grande certeza de que nem um fio de cabelo de nossas cabeças cairá, que não seja por vontade Dele.
O caminho que Ele escolheu para nós, obviamente, eu não sei. No dia de hoje, vivendo o momento presente, apenas agradeço a Ele todos os dias por ter irmãos como vocês, caminhantes.
Sigamos em frente pelo caminho que acreditamos ter escolhido, mas que desconfiamos ter sido traçado por alguém maior que nos rege e nos orienta, não importa o tamanho das dificuldades.
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
Mensagem de Natal - 2010
O cristianismo é a confiança em uma pessoa, não uma doutrina (que vem sendo formulada há séculos, com maior ou menor sucesso), e tem origem na narrativa de fatos miraculosos, a começar pelo nascimento de Jesus.
O natal, portanto, é tempo para recordarmos o início desta boa notícia, o começo de uma série de milagres que não cessaram quando da paixão, morte e ressurreição do homem-Deus. E recordar é uma palavra muito bonita. Vem de corde, do latim, que significa coração. Recordar é colocar algo novamente no coração.
Coloquemos novamente em nosso coração a lembrança dessa história que vem sendo transmitida há mais de dois mil anos. Uma história que contou com inúmeros fatos miraculosos, testemunhados por milhões de pessoas ao longo dos anos, fatos que quiçá alcançaram nossos avós, nossos pais, e talvez até nós mesmos.
Os milagres realizados por Jesus Cristo, por todo este tempo até os dias de hoje, nos aproximam d’Ele, fazem com que possamos confiar n’Ele com todo nosso coração, com toda nossa alma.
Mas nossa fé é inconstante, abalada pelas nossas falhas, pelas tragédias que nos acometem, pela nossa vulgaridade ao ver a vida voltados para as coisas inferiores. Somos, enfim, pecadores, ainda não alcançamos a graça plena. E é por isso que o natal é tão importante. Porque a celebração do nascimento miraculoso de Nosso Senhor reforça a fé, faz com que fiquemos mais confiantes em Jesus Cristo, em Deus.
E é por isso que desejo a todos vocês, mais do que um feliz, um santo natal!
domingo, 19 de dezembro de 2010
Presença
O homem fecha as janelas da casa, mas não consegue ficar só.
O homem fecha as cortinas, passa cadeados e apaga a luz, mas não consegue ficar só.
Na casa ou em qualquer outro lugar, o homem não consegue ficar só.
Deita no chão, arranca as roupas, fica nu, apertando os joelhos ao peito, mas não consegue ficar só.
Aperta bem os olhos, congela a língüa, cerra os dedos e os braços, mas não consegue ficar só.
Afasta os pensamentos, ignora os sentimentos, repudia toda memória e não permite qualquer ação, mas não consegue ficar só.
Ele tenta e se esmera, faz de tudo e se esforça, sem cessar, por dias, por noites, por semanas e meses a fio, mas não consegue ficar só.
E, então, fugindo à toda companhia, recusando qualquer alheio, ele vive a solidão, o isolamento completo, mas jamais foi capaz, nem hoje, nem amanhã, nem em qualquer data pensável, de ficar, um instante sequer, só... não consegue ficar só.
sábado, 18 de dezembro de 2010
Da Bolsa ao bolso
Ninguém nem mais percebe, todos já raciocinam diretamente com os bolsistas universitários, defensores de “algo muito maior”, seu próprio bolso. Isso, bolso com minúscula e no masculino, afinal, não se trata de uma entidade coletiva, mas de algo bem mais íntimo e pessoal, quase um órgão vital. É muito mais fácil comprar votos com essa Bolsa, para proteger meu bolso, do que mudar alguma coisa de verdade e, assim, ganhar o sufrágio popular. Arrisco: “o programa mais mesquinho de transferência de renda do mundo”.
Qual o futuro (e presente) está garantido a esses pobres coitados, bolsistas-família? Boa coisa não é, mas os outros bolsistas também não terão futuro brilhante. Mentira e ganância só barateiam a pessoa, levando a uma fossa de miséria muito mais suja e desesperadora.
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Uma opinião sobre a verdade
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Entre uns e outros
Graças ao bom Deus, uma coca-cola e um panetone. De que falava eu mesmo?