segunda-feira, 14 de março de 2011

Feliz Simplicidade

São coisas muito simples que precisam ser ditas. Quase óbvias. A sofisticação serve mais à vaidade que à verdade. As velhas lições de sempre são as que realmente funcionam. Pequenos ajustes, alguns detalhes, nada de tão completamente novo ou inusitado, apenas para acompanhar os tempos. Em primeiro, é inevitável reconhecer a importância de cada decisão responsável, porque é a consciência do homem o agir da sabedoria. Nenhuma organização, estado ou estrutura prescinde de um agir humano. Por isso, a solução vem da ética e não da técnica. Mas não existe verdadeira ética ou saudável consciência sem a transcendência. O homem não se basta no próprio homem. De resto, pequenos cuidados, distrações e um enorme espaço, livre e vigoroso, onde construímos nossas biografias individuais. O palco em que travamos nossas lutas, onde padecemos tristezas e alegrias, no exercício diário do que chamamos “viver”. E se tudo isto estiver inspirado de amor ao próximo e à Deus, então teremos a felicidade. A felicidade que mora na simplicidade. Longe das complexas teorias, das soluções mágicas das ideologias, das técnicas que se auto-justificam. É preciso voltar às coisas simples. Às velhas coisas claras e simples. Talvez ali, numa singela morada, entre irmãos, sem grandes sonhos, sem altas demagogias e ambições, seremos o que somos, nem mais, nem menos do que somos. Então, descobriremos que sempre fomos felizes.   

Um comentário:

  1. Bela apologia à simplicidade. Mas só aparentemente esse belo parágrafo é um texto simples, ledo engano, caro leitor, revela um autor de grande maturidade, questões de extrema complexidade estão muito bem resolvidas e trabalhadas no curto parágrafo. Realmente, simples somente na aparência, como deve ser, sem ostentar, aquilo que é verdadeiro não necessita de grandes pompas para ser dito, simplesmente se diz, e a verdade do que é dito se impõe. Enfim, o autor nos brinda com toda a sua reflexão, rara nos dias de hoje, claramente fruto de muita meditação e de opções de vida do próprio autor, fala como quem vive, não fala em tese. O texto me deixou mais feliz.

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