quinta-feira, 28 de maio de 2009
O sol nascerá...
Ouçam-na em: http://www.paixaoeromance.com/60decada/o_sol_nascera/h_o_sol_nascera.htm
O sol nascerá
(1960)
Composição: Cartola e Elton Medeiros
Interpretação: Cartola
A sorrir
Eu pretendo levar a vida
Pois chorando
Eu vi a mocidade
Perdida
A sorrir
Eu pretendo levar a vida
Pois chorando
Eu vi a mocidade
Perdida
Fim da tempestade
O sol nascerá
Fim desta saudade
Hei de ter outro alguém para amar
A sorrir
Eu pretendo levar a vida
Pois chorando
Eu vi a mocidade
A sorrir
Eu pretendo levar a vida
Pois chorando
Eu vi a mocidade
Perdida
Curupira
Que abraço dou nos amigos, que felicidade sentir em mim, o pulsar de nossa união.
As forças do mundo sorrateiras, fazem-nos pensar tantas besteiras. Achei que ficara seguro estando ali quieto, mas levei uma baita rasteira, tombei do abstrato ao concreto. Tudo muito bem feito, mais que discreto, indolor e até reconfortante. A máquina come, mastiga, devora e o prato achando importante - uma verdadeira tarefa - não atrapalhar seu algoz.
Escuto o lamento amigo, nem mais me lembrava disto. Acostumei-me a ficar inerte, parado, caladinho. Quem sabe assim camuflado, me deixassem sossegado, procurei o imaculado na tranquilidade do meu cantinho.
O céu lá fora escondido do mundo, esgueirando-se entre uma nuvem e outra, deixando o povo com frio, e sem vontade. Mas no meio do nevoeiro, uma voz imperceptível, que se faz ouvir pelo que estava surdo, sussura alto no íntimo, na parte que ainda resiste escondida, porém viva.
Eis que o defunto ressuscita, os olhos vão se abrindo e a alma se agita.
Companheiros de prosa, poesia e coração,
terça-feira, 26 de maio de 2009
Do falecimento de Pedro Xavier
é com pesar que informo acerca da morte (presumida) de nosso compadre Pedro Xavier.
Todos os terráqueos se recordam da vivacidade que nosso amigo manifestava acerca dos ideais impulsionadores de nossa caminhança, não é por menos, pois foi, em grande parte, com base em sua motivação que a caminhança teve início e continua firme e forte.
Entretanto, como todos já perceberam, mas temem encarar, Pedro não apareceu sequer uma vez a este nosso monte sagrado (cf. "PS", postado por este autor e de autoria de TÁVOLA, Miguel), isso mesmo, deixou de caminhar! Talvez tenha caído no tenebroso buraco, do qual já me desviei inúmeras vezes para não sucumbir à tentação...
Confrades, também estou estarrecido, mas tiro forças não sei de onde para pronunciar a dolorosa verdade, Pedro não é mais. Rezemos por sua alma, entoemos o réquiem, roguemos por ele no memento dos defuntos. Paro por aqui porque não posso mais, a dor é forte, há perdas que causam abalos difíceis de se superar, mas desejo a todos que a experiência desta morte seja como a descrita por Heidegger, um princípio para o filosofar...
Fiquem com Deus.
João Augusto.
domingo, 24 de maio de 2009
Notícias do Amigo Doido
Semanas atrás em Itapira ocorreu a Festa do Treze de Maio, em homenagem a São Benedito. Todos os anos, por volta de vinte casais se dedicam a organizar a festa e a programação religiosa. São os chamados festeiros. A festa dura nove dias, tempo de uma novena com missa todos os dias, terminando com uma enorme procissão. Tudo é muito bonito, mas um capítulo a parte para conversarmos depois. Os festeiros, principalmente, envolvem-se muito com a festa, pessoas de muita devoção, que ficam nove dias praticamente em função do evento.
Pois eis o que se passou. Participei dos eventos e, para minha surpresa, logo nos primeiros dias encontrei aquele meu amigo no meio do povo. Fiquei espantado, porque jamais poderia imaginá-lo ali (pela pouca descrição que dei a vocês podem imaginar o porquê). Ainda mais em dia de semana, pois estuda e trabalha em Sampa. Não entendi nada. O fato é que nos encontramos e conversamos. E ele me contou: Sou festeiro de São Benedito, junto com minha mãe!
Sobre a viagem, apenas me disse que estava tudo quase pronto. E fez questão de frisar que acabara de decidir: iria seguir o curso do Rio São Francisco, de Minas a Bahia. Pretendia na Bahia encontrar-se com o frei franciscano que há pouco tempo atrás havia feito greve de fome em protesto a transposição do rio (devem se lembrar deste fato, não consigo lembrar-me do nome do frei). Desejava hospedar-se no mosteiro franciscano. Engraçado, porque quando estávamos nos despedindo percebi que estava vestido de camisa, calça branca e sandálias, muito semelhantes a dos frades capuchinhos. Deveria partir em agosto na sua peregrinação. Não disse nada sobre a Venezuela e eu também não perguntei (também não mencionou a Teologia da Libertação).
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Resplandecerá
http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,LS0-15457-71175,00.html
domingo, 3 de maio de 2009
PS
P.S. Não abandonem o blog... Eu imagino que ele é um monte. Um monte de onde se avista um vale. Bem alto, céu azul. Lá bate um solzinho matutino e às vezes faz noite estrelada. E nós estamos lá, em roda. Se é noite tem fogueira. Se é dia uma brisa. E lá ficamos, cultivando a amizade, desabafando, lendo poemas, entendendo o mundo e descobrindo quem somos. Assim eu imagino. E é para lá que eu corro, pelo menos um pouco por dia... Razão de sanidade... Força para prosseguir... Depurando, depurando... caminhando... caminhando... Mas sozinho não tem sentido algum. Sozinho o lugar se torna tedioso, sem sentido. Um lugar péssimo de ir. Sozinho é um lugar que dá tristeza e vazio, muito mais que paz e alegria. Sozinho o que se avista é um buracão fundo, um nada natural, só solidão. Permanecemos juntos, juntos, neste lugar especial que criamos para nós! Senão, por que? Pelo menos até podermos estar com os pés juntos em algum chão firme, quem sabe um monte de verdade (quem sabe na fazenda do Jão em Riberão?).