quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Alísios*

À beira de desistir,
já não resta a mesma força
às coisas cotidianas.
A técnica e o papel
martelam o fôlego.
Já não erguemos os olhos
à janela próxima.
E já não há janelas próximas.

Mas a misericórdia cuida
de atrasar o tempo.
Sentamo-nos impacientes,
forçados à espera,
recobertos de uma dureza
eficiente e útil.
Presos às horas,
distraídos notamos o ar.

Envolvidos pelo tempo
que se espraia lento e denso,
vamos aquecidos,
pouco a pouco, ressurgindo.
Até um suspiro que traga
a antiga suspeita
de que tudo está como deve
de que não vagamos à toa.

Sentimos novamente o frescor.
Porque todo teatro, toda letra,
toda perturbação triste,
obrigação cívica, tragédia,
vitória equívoca,
todos os equívocos, a ciência,
tudo, absolutamente tudo
está subordinado ao vento.

Então, entregamo-nos ao vento.
Sopro de mistério,
Em que somos sim!
capazes e livres.
À esperar, com alegria,
À amar, cotidianamente.
E esperamos, e amamos,
abençoados pelo vento.

*Ventos alísios são ventos quentes e úmidos que sopram regularmente nas regiões tropicais trazendo chuva.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Madre Teresa de Calcutá



"Não ame pela beleza, pois um dia ela acaba. Não ame por admiracão, pois um dia você se decepciona. Ame apenas, pois o tempo nunca pode acabar com um amor sem explicação."

"O dever é uma coisa muito pessoal; decorre da necessidade de se entrar em ação, e não da necessidade de insistir com os outros para que façam qualquer coisa."

"Não sou nada; sou apenas um instrumento, um pequeno lápis nas mãos do Senhor, com o qual Ele escreve aquilo que deseja. Por mais imperfeitos que sejamos, Ele escreve magnificamente."

"Não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz."

"A falta de amor é a maior de todas as pobrezas."

"Um coração feliz é o resultado inevitável de um coração ardente de amor."
 
"Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota."

"Todas as nossas palavras serão inúteis se não brotarem do fundo do coração. As palavras que não dão luz aumentam a escuridão."

"Muitas vezes as pessoas são egocêntricas, ilógicas e insensatas. Perdoe-as assim mesmo! Se você é gentil, podem acusá-lo de egoísta, interesseiro. Seja gentil assim mesmo! Se você é um vencedor terá alguns falsos amigos e alguns inimigos verdadeiros. Vença assim mesmo! Se você é bondoso e franco poderão enganá-lo. Seja bondoso e franco assim mesmo! O que você levou anos para construir, alguém pode destruir de uma hora para a outra. Construa assim mesmo! Se você tem paz e é feliz, poderão sentir inveja. Seja feliz assim mesmo! O bem que você faz hoje, poderão esquecê-lo amanhã. Faça o bem assim mesmo! Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode nunca ser o bastante. Dê o melhor de você assim mesmo! Veja você que, no final das contas é entre você e Deus. Nunca foi entre você e os outros!"


A vida

A vida é uma oportunidade, aproveita-a.
A vida é beleza, admira-a.
A vida é beatificação, saborei-a.
A vida é sonho, torna-o realidade.
A vida é um desafio, enfrenta-o.
A vida é um dever, cumpre-o.
A vida é um jogo, joga-o.
A vida é preciosa, cuida-a.
A vida é riqueza, conserva-a.
A vida é amor, goza-a.
A vida é um mistério, desvela-o.
A vida é promessa, cumpre-a.
A vida é tristeza, supera-a.
A vida é um hino, canta-o.
A vida é um combate, aceita-o.
A vida é tragédia, domina-a.
A vida é aventura, afronta-a.
A vida é felicidade, merece-a.
A vida é a VIDA, defende-a.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

José e o labirinto

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama protesta,
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,

seu terno de vidro, sua incoerência,
seu ódio - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, pra onde?

Para onde?
E agora?

Parece que não tem fim...
Fiz, desfiz...
Montei, desmontei...
Fui e já voltei! Repito: Já voltei!

Não sei, mas acho que o problema é que ultimamente só quero desfazer, desmontar, voltar...
Chego à loucura de desfazer o desfeito, desmontar o desmontado, ficar atordoado.
Já nem sei mais qual a finalidade, só quero ter o prazer de estragar tudo!

Mas será isso mesmo? E agora, José?
Nada me satisfaz! Não, não, não me venha falar que o homem é insaciável e blá, blá, blá... Quero encontrar qualquer coisa que eu faça com liberdade, seja lá o que isso queira dizer... Quero poder fazer, nem que seja só por uma vez, um só gesto, mas totalmente desejado, plenamente consentido, gratuito, inconseqüente e com toda a força do coração! Será possível? Será possível!? Será possível!? E agora, José?

O pássaro continua enjaulado
é o carcará domesticado...
Esqueceu-se que não tem o mapa
não lhe ensinaram o caminho
soltaram-lhe no mundo
com um coração
e mais nada...

E agora, José?
E agora, você?

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Filme “180″ tenta mudar a opinião de todos sobre o aborto

O Ministério Living Waters, dos Estados Unidos, produziu recentemente um documentário impactante e fantástico sobre o aborto. O filme traz como título ‘180’ e instiga as pessoas a mudarem de opinião sobre o aborto e outras questões bíblicas. São 33 minutos que farão você pensar sobre o assunto. O produtor do filme, o ministro cristão Ray Comfort, faz um paralelo entre o aborto e o Holocausto dos judeus na Alemanha.

O que você diria se em minutos uma pessoa mudasse de opinião ou, em outros termos, desse um giro de 180º sobre sua escolha em relação ao aborto? Esse documentário livre pró-vida lançado recentemente mostra sucesso nesse desafio. Seus criadores mostram conversas extraordinárias com os jovens e como eles são convidados a reconsiderar sua posição sobre o polêmico tema.

Nesta semana, um pequeno exército de mil trabalhadores doou 200 mil cópias do premiado filme “180″ às cem melhores universidades em todo o país. Para evitar a oposição, o dia e a localização de cada uma das universidades ficaram em segredo. O vídeo mostra a controversa vida de oito pessoas que são inflexivelmente pró-aborto e mudam suas mentes e tornam-se pró-vida em questão de minutos, porque eles foram convidados a refletir ética e moralmente sobre o tema por meio de perguntas.

No primeiro mês no YouTube, o vídeo www.180movie.com teve 1,2 milhão de acessos e mais de 19 mil comentários, e tem sido considerado “o melhor filme na Internet.”

O produtor do filme, Ray Comfort, disse: “As pessoas estão mudando a mente sobre a polêmica questão do aborto. Não apenas assistem on-line, mas compram para dar de presente. Já vendemos mais de 150 mil cópias em questão de semanas. Uma pequena igreja comprou 16,8 mil DVDs. Mas essa doação da universidade foi muito especial, porque agora o DVD está nas mãos dos jovens da América, e de muitos engajados no diálogo saudável”, festeja Comfort.

“Eu ganhei este DVD enquanto caminhava para a aula. Cheguei em casa, vi e isso mudou meu coração. Eu comecei a pensar sobre cada pergunta que foi feita. Eu ficava sempre indeciso sobre o aborto, mas agora eu sou anti-aborto”, disse um estudante.

Uma jovem americana também viu o filme e foi impactada pela mensagem. “O filme é poderoso. Eu sempre disse a mim mesma que nunca faria um aborto, mas não era contra o que outras mulheres faziam. Mas, eu mudei completamente minha mente agora. O aborto é assassinato, que deveria ser ilegal”, admite a estudante.

Comfort conta que estava na calçada de uma clínica de aborto com o seu laptop e duas jovens senhoras pararam e assistiram ao trailer. “Depois disso, assistiram ao DVD ’180′. Uma estava grávida de quatro meses. Ambas estavam a caminho de fazer um aborto, estavam em lágrimas, abraçaram meu pescoço e decidiram dar os bebês à adoção. Eu chorei também.”

O autor de best-sellers e produtor de cinema Ray Comfort concluiu: “Não vou descansar enquanto o horror do assassinato de crianças for uma realidade jurídica em nossa nação. Mas, a mudança política só virá se aqueles que se preocupam com os não-nascidos falarem. Nós criamos o Curso de ’180 ‘para ajudar aqueles que se preocupam de forma confidencial e querem falar sobre o assunto, de uma maneira que faça sentido. Qualquer um pode mudar a mente de alguém sobre o aborto como eu fiz em ’180′, se têm um coração amoroso e se estão dispostos a aprender alguns princípios simples. Conhecidos líderes cristãos também contribuíram para o curso, que está disponível em www.heartchanger.com”, explica Comfort . Assista ao filme na íntegra, com legendas em português, clicando no vídeo abaixo.(Fonte: http://www.evangelizai.com.br/filme-%E2%80%9C180%E2%80%B3-tenta-mudar-a-opiniao-de-todos-sobre-o-aborto/)




quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Voltando à Metacaminhança

Este texto ia começar lamentando a impossibilidade do João, que queria escrever um texto novo, e o desabafo de Pedro, refém de sua vida. Mas acontece que é novembro e, por alguma razão, estas linhas foram tomadas de intensa esperança. Ah! Às favas com lamentos e choromingos... Viver é isto mesmo e é preciso saber resistir aos vôos baixos, sabendo que é o pouso que prepara a nova partida, rumo ao um novo céu, sabe-se lá para onde (para lembrar de um certo carcará...). Além disso, ora, ora, este poema do João foi escolhido a dedo, não está aí por acaso. Comove, é belo e fala ao coração. Que importa seja de cinco anos? Ele é de agora! Nasce e revive nesta hora em que é posto aqui, apresentado ao mundo. Poema-liberdade, que faz lembrar as penas que ainda existem no amigo pássaro estudador, que não é só de vademecum e etecetera e tal. No mais, vejamos... O Pedro ainda não obteve as palavras certas, mas anda a procura, afinal está entregue à música e em breve surgirá por aqui. Alegria de ver o velho amigo ainda forte, de enxada no braço, cavando na pedra seca da cidade grande, insistente na arte, na água, superando o só processador burocrático da carreira. Lembro também certo Toninho desaparecido. Dessas bandas é verdade, mas muito presente, lutador, sonhador... Cá entre nós, ocupado com afazeres importantes e vitais, casamento à vista, lua de mel, festejo... Muito, muito além da secura besta das execuções fiscais. Então, meus caros, o que há para lamentar? Não, este texto teria começado todo errado. Agora assim como está, sim, comedido, é verdade, mas celebrante... Um textinho à toa para inventar o que dizer e para dar vida ao blog. Tem sido difícil parar aqui. Não por falta de assunto, que a fonte é inesgotável. Eu queria, por exemplo, comentar a invasão da USP, o aniversário do Drummond, escrever sobre a Avenida Paulista, o princípio da afetividade no direito de família, além de outras descobertas recentes. Também escrevi um novo poema, há algumas semanas, mas não quis postá-lo. Quem sabe outra hora... Talvez por preguiça mesmo. Talvez por preferir a vida vivida à vida escrita, em tempos de acelerada vivência. Caramba! Como cansa! Quando pára, melhor olhar os olhos da mulher amada, ouvir canção, ler, abraçar os amigos, estar à mesa em conversas longas à beira do prato. Mas, ainda assim, vale a pena sentar e escrever. Como escrever é bom! Arranjar as palavras, tecer o texto... Como é bom existir este lugar, que é uma grande mesa em que estão sempre sentados quatro amigos e o resto do planeta espiando. Saber que não se escreve a esmo, mas para pelo menos três olhos e ouvidos singulares. Escrever não é um capricho, como o blog também não é. É, na verdade, um presente, um refúgio, um modo de viver. É por isso que, apesar de tudo, ele sobrevive, prestes a completar três anos. Mas, pensando bem, ele é bem mais velho que isso. E estará vivo mesmo que a internet acabe e que a moda do blog acabe (talvez já tenha acabado, nunca se sabe...). Porque na verdade pouco importa a fôrma, a caminhança sempre permanece. Faltava falar dela, a própria. E, sem querer, volto à esquecida metacaminhança. Serão os ares de ano novo pedindo um balanço anual e os projetos futuros? Por enquanto, basta anunciá-la, quem sabe os rumos que virão? Esperemos dezembro e a sua benção. Desafio poder viver sem pressa o longo período que é o Natal. Perdoem, mas não posso evitar este sentimento. Já houve um tempo em que eu achei o Natal triste. Foi logo depois de perder aquele encanto de criança, quando o Papai Noel ainda estava vivo. Durou bastante e estava quase se encostando à idéia de que seria uma data como qualquer outra, um motivo para o comércio vender (como me convenciam os professores politicamente engajados). Hoje, graças à Deus (e não falo por força de expressão) o Natal renasceu. E o aguardo como quem espera uma grata visita, na esperança de suas graças e de sua renovação. Tempo bom, tempo santo, queira o mundo ou não. Aliás, nem comecemos a falar do “mundo”. Fiquemos com o Natal, a caminhança e a alegria de ver um texto novo, pronto para ser posto à prova na mesa do blog. Eita fôlego! Finalmente chegamos em Novembro! Finalmente saiu, João! Finalmente, Pedro! Toninho! Este foi suado! Abraço apertado!