quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Voltando à Metacaminhança

Este texto ia começar lamentando a impossibilidade do João, que queria escrever um texto novo, e o desabafo de Pedro, refém de sua vida. Mas acontece que é novembro e, por alguma razão, estas linhas foram tomadas de intensa esperança. Ah! Às favas com lamentos e choromingos... Viver é isto mesmo e é preciso saber resistir aos vôos baixos, sabendo que é o pouso que prepara a nova partida, rumo ao um novo céu, sabe-se lá para onde (para lembrar de um certo carcará...). Além disso, ora, ora, este poema do João foi escolhido a dedo, não está aí por acaso. Comove, é belo e fala ao coração. Que importa seja de cinco anos? Ele é de agora! Nasce e revive nesta hora em que é posto aqui, apresentado ao mundo. Poema-liberdade, que faz lembrar as penas que ainda existem no amigo pássaro estudador, que não é só de vademecum e etecetera e tal. No mais, vejamos... O Pedro ainda não obteve as palavras certas, mas anda a procura, afinal está entregue à música e em breve surgirá por aqui. Alegria de ver o velho amigo ainda forte, de enxada no braço, cavando na pedra seca da cidade grande, insistente na arte, na água, superando o só processador burocrático da carreira. Lembro também certo Toninho desaparecido. Dessas bandas é verdade, mas muito presente, lutador, sonhador... Cá entre nós, ocupado com afazeres importantes e vitais, casamento à vista, lua de mel, festejo... Muito, muito além da secura besta das execuções fiscais. Então, meus caros, o que há para lamentar? Não, este texto teria começado todo errado. Agora assim como está, sim, comedido, é verdade, mas celebrante... Um textinho à toa para inventar o que dizer e para dar vida ao blog. Tem sido difícil parar aqui. Não por falta de assunto, que a fonte é inesgotável. Eu queria, por exemplo, comentar a invasão da USP, o aniversário do Drummond, escrever sobre a Avenida Paulista, o princípio da afetividade no direito de família, além de outras descobertas recentes. Também escrevi um novo poema, há algumas semanas, mas não quis postá-lo. Quem sabe outra hora... Talvez por preguiça mesmo. Talvez por preferir a vida vivida à vida escrita, em tempos de acelerada vivência. Caramba! Como cansa! Quando pára, melhor olhar os olhos da mulher amada, ouvir canção, ler, abraçar os amigos, estar à mesa em conversas longas à beira do prato. Mas, ainda assim, vale a pena sentar e escrever. Como escrever é bom! Arranjar as palavras, tecer o texto... Como é bom existir este lugar, que é uma grande mesa em que estão sempre sentados quatro amigos e o resto do planeta espiando. Saber que não se escreve a esmo, mas para pelo menos três olhos e ouvidos singulares. Escrever não é um capricho, como o blog também não é. É, na verdade, um presente, um refúgio, um modo de viver. É por isso que, apesar de tudo, ele sobrevive, prestes a completar três anos. Mas, pensando bem, ele é bem mais velho que isso. E estará vivo mesmo que a internet acabe e que a moda do blog acabe (talvez já tenha acabado, nunca se sabe...). Porque na verdade pouco importa a fôrma, a caminhança sempre permanece. Faltava falar dela, a própria. E, sem querer, volto à esquecida metacaminhança. Serão os ares de ano novo pedindo um balanço anual e os projetos futuros? Por enquanto, basta anunciá-la, quem sabe os rumos que virão? Esperemos dezembro e a sua benção. Desafio poder viver sem pressa o longo período que é o Natal. Perdoem, mas não posso evitar este sentimento. Já houve um tempo em que eu achei o Natal triste. Foi logo depois de perder aquele encanto de criança, quando o Papai Noel ainda estava vivo. Durou bastante e estava quase se encostando à idéia de que seria uma data como qualquer outra, um motivo para o comércio vender (como me convenciam os professores politicamente engajados). Hoje, graças à Deus (e não falo por força de expressão) o Natal renasceu. E o aguardo como quem espera uma grata visita, na esperança de suas graças e de sua renovação. Tempo bom, tempo santo, queira o mundo ou não. Aliás, nem comecemos a falar do “mundo”. Fiquemos com o Natal, a caminhança e a alegria de ver um texto novo, pronto para ser posto à prova na mesa do blog. Eita fôlego! Finalmente chegamos em Novembro! Finalmente saiu, João! Finalmente, Pedro! Toninho! Este foi suado! Abraço apertado!

3 comentários:

  1. Meu fiel Miguel, olha que estou há dois dias escrevendo um texto, mais uma degustação. Seja por felicidade ou por azar, quase não tenho tempo para botar no papel ou nos bytes as letras que pulam em minha caixola. Mas está prestes a nascer. Em breve, coloco mais uma contribuição à nossa caminhança. Palavra de honra!

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  2. "Voltando à metacaminhança" tb precisa ir pra "Metacaminhança"...

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  3. E esse poema, a curiosidade já foi gerada, agora nada de preguiça em postar...

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