quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Censura ao pensamento cristão


Rio de Janeiro, 05 Set. 12 / 06:58 pm (ACI).- Cerca de 3.800 pessoas assinaram petição eletrônica exigindo que o maior jornal do Paraná, Gazeta do Povo, censure o filósofo e colunista semanal, professor Carlos Ramalhete, por publicar opinião contrária à recente sentença do Tribunal de Justiça do Paraná que autorizou, sem qualquer restrição, a adoção de um menino por dois homossexuais, cujos nomes constam como pais biológicos na nova certidão de nascimento da criança. 

Em seu mais recente artigo, "Perversão da Adoção" (texto logo abaixo), publicado na última quinta-feira, 30, Ramalhete acusou o Estado Brasileiro de cometer abuso de poder ao permitir que uma criança adotada tenha certidão de nascimento com registro de "dupla paternidade", a exemplo da recente decisão do TJ do  Paraná.

O artigo de Ramalhete foi reprovado pelo Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR) que, em nota no site oficial da categoria, afirmou que o colunista "fere a dignidade do indivíduo e ultrapassa qualquer espaço de expressão que possa ser alegado". 

O CRP-PR foi a única entidade representativa a fazer eco às manifestações de centenas de pessoas que desde a publicação do artigo encontraram, na página do colunista, no Facebook, espaço para acusá-lo de incitar ódio e discriminação contra minorias. Posteriormente o acesso à página foi restringido apenas a seus administradores - auxiliares do colunista -, devido ao crescente número de ofensas e ameaças ao autor do artigo.

"Recebi mais de mil mensagens com ameaças e ofensas por ter afirmado o evidente: que o lugar de uma criança é com um pai e uma mãe. A defesa da família, no Brasil de hoje, tornou-se motivo para ódio e ameaças de morte. É a voz da maioria silenciosa sendo calada e tendo calado o seu direito de cidadania, é a imposição pela força dos tribunais da opinião de uma minoria", afirmou Carlos Ramalhete à ACI Digital.

Contra a censura ao colunista, um grupo de leitores criou a página Ramalhete Livre (http://www.facebook.com/Ramalhetelivre), no Facebook, que conta com mais de 100 mil pessoas alcançadas, de acordo com seus administradores ouvidos por ACI Digital. A página reúne argumentos em prol da liberdade de expressão e denuncia suposta tentativa de grupos de interesse em criminalizar a opinião, de forma especial a opinião contrária à desconstrução da família. 

O jornal Gazeta do Povo se pronunciou sobre a polêmica, afirmando que a opinião de seus colunistas não necessariamente refletem a opinião do veículo e, até o momento, não se manifestou sobre o destino de Ramalhete que, semanalmente, tem seus artigos publicado sempre às quintas-feiras no jornal.


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Perversão da Adoção

Nada é mais cruel que crianças em bando, especialmente na escola. Afinal, uma das coisas que a escola – com seus uniformes, sua separação por idade etc. – ensina é a rejeitar o diferente. Uma criança que tenha qualquer diferença vai certamente sofrer bastante, por mais que professorinhas bem-intencionadas tentem lutar contra o “bule”, a chaleira e a leiteira. Esse comportamento, que já é parte da natureza humana, é exacerbado na escola.
Pois agora, além dos problemas de sempre – gordurinhas a mais ou a menos, cor de cabelo, espinhas, nomes estranhos... –, o STJ acaba de acrescentar mais um, ao fazer com que um pobre menino, já vitimado pelo medonho sistema de “abrigos” para órfãos, se veja com uma certidão de nascimento em que constam dois “pais”. Ele foi entregue em adoção formal a dois homens.
Os pais de uma criança já esticam ao limite seus poderes naturais ao criar empecilhos para os filhos. Conheço uma moça que há décadas (é, não é tão moça assim) tem de explicar que se chama Kristiany, com “k” no começo e “y” no fim.
Uma mãe até pode entregar seus filhos para que uma dupla de amigos do mesmo sexo ou uma comunidade religiosa ou hippie os crie. Ela vai estar criando uma dificuldade para a criança, mas ainda estará dentro dos limites de seu poder de mãe. Esticando-os, é verdade, mas dentro dos limites.
Quando o Estado o faz, contudo, não está mais agindo dentro de seus limites. O Estado não pode registrar como “mães” de uma criança todas as freiras de um convento em que ela seja criada, nem como “pais” uma dupla do mesmo sexo. Uma certidão de nascimento em que constem os nomes do pai e mãe adotivos é uma mentira piedosa, que serve para evitar constrangimentos.
Por outro lado, por mais que haja quem tente “desconstruir a família tradicional”, continua sendo biologicamente impossível ser filho de 20 freiras ou dois barbados. Uma certidão em que constem dois “pais” e nenhuma mãe – ou 20 “mães” e nenhum pai – é um absurdo patente, um abuso de autoridade por parte do Estado.
O Estado reconhece a família porque é nela que a vida é gerada. Um homem e uma mulher se unem, geram filhos e os criam, e é do interesse de toda a sociedade que isso funcione bem. Quando falta uma família, o Estado pode entregar a criança a outra família, que a adota como nela houvesse nascido. Conventos, comunidades hippies e uniões de pessoas do mesmo sexo, contudo, podem ser modos de convívio agradáveis para quem neles toma parte, mas certamente não são famílias. Isso é abuso, não adoção.

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