quarta-feira, 8 de junho de 2011

Curativo

Precisamos, sobretudo, sobreviver ao mundo e a nós mesmos. Avisem aos concurseiros: buscar esta felicidade é encontrar a morte. E aos recém divorciados, aos adúlteros, aos embriagados. Avisem urgentemente a todos os jovens frustrados. Aos empresários desenfreados. Ao ladrão. Anunciem esta verdade. Precisamos ter os pés no chão. Não há outro remédio. Aos ministros do Supremo, ao Presidente, avisem! É preciso abraçar a cruz. Sem medo cantar a ladainha dos vivos: esta vida é cascalho, como diria o poeta. Abandonemos as nuvens de poeira, as falsas falas, o canto incansável da sereia (aquele pântano...). Porque o mundo não é uma idéia. É dura a realidade e suas leis contundentes. Coragem! Precisamos ter os olhos no céu: nossa bússola e mapa. É de cima a luz que ilumina. Aquela sim, a felicidade que calará fundo nossa orfandade essencial, o vazio que nos impele à eterna busca. Abandonemos de vez as batalhas mentirosas, os desafios de fracos, os sonhos-ilusão. Abracemos esta vida com amor, sem rebeldia. A cruz é a verdade. Somos apenas peregrinos, na nossa bonita missão. A luta por si só é bela e teremos sim, já nesta vida, recompensas. Mas não nos enganemos. Com esperança, de joelhos, entoemos juntos este hino de sanidade e alegria.       

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