"Homens despretensiosos, de boa natureza, tornam-se covardes quando não têm religião. São dominados e explorados, não só por fracotes gananciosos, idiotas e meio mortos que fazem qualquer coisa por charutos, champagne, automóveis e os usos mais infantis e egoístas do dinheiro, mas também por gerente capazes e inteligentes, que nada podem fazer com eles a não ser dominá-los e explorá-los. Governo e exploração tornam-se sinônimos sob tais circunstâncias; e o mundo acaba sendo liderado pelos infantilizados, os bandidos e os canalhas. Aqueles que se recusam a lhes dar guarida são perseguidos, e ocasionalmente executados, quando causam problemas aos exploradores. Caem na pobreza, quando não apresentam nenhum talento específico para o lucro. [...] E a maioria, de boa índole, segue observando, num horror indefeso, ou deixando-se persuadir pelos jornais de seus exploradores, que o assalto não é apenas um bom investimento econômico, mas um ato de justiça divina, do qual ela é ardente instrumento."
(George Bernard Shaw, em "A Volta a Matusalém", de 1922, citado por Russell Kirk em "A arte normativa e os vícios modernos", com a seguinte consideração: "pode-se reconhecer a acuidade deste insight sem subscrever à curiosa religião, ou quase-religião, pregada por Shaw").
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