quinta-feira, 21 de novembro de 2013

"A História apresenta duas linhas paralelas. Primeiro, os homens de ferro e de dinheiro, o político, o econômico, o social - ps conquistadores, os comerciantes, as crises de propriedade. Julgam que enchem o Mundo. Depois, os poetas, os artistas, os filósofos, os santos. Os primeiros esmagam os segundos. Mas os segundos ainda atuam mil anos depois da morte, quando se perdeu a pista dos primeiros. [...] Santo Agostinho vivia no tumulto da queda do Império Romano, mas já nada resta dos vândalos que cercavam Hipona, e nós ainda lemos as Confissões. Quando Agostinho morria na sua cidade cercada, toda a gente julgava, sem dúvida, que a guerra era o importante e os livros do Bispo um incidente acessório. [...] Eles só veem a História pela trama. A trama é o suporte material da vida humana; o desenho, que faz a beleza do humano, é o espírito que o traça sob a inspiração do sonho. Os homens de ferro e de dinheiro olham para o tapete do avesso e só veem a trama. Mas do outro lado é que está a beleza. [...] E quando se está lançado no caminho da beleza, sobe-se até Deus. Quando se alcançou a Deus, os conquistadores tornaram-se microscópicos." (Jacques Leclercq, "Diálogo do Homem e de Deus")

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