"Lembro-me disto como se fosse hoje. Um dia, aos 43 anos, quando fazia a barba, vi meu rosto no espelho e tive um estalo: "Caramba, eu já sei praticamente tudo a meu respeito!" A partir desse dia cessei de ser um problema para mim mesmo e me senti preparado para tratar de assuntos objetivos. Compreendo perfeitamente a diferença entre autoconhecimento e autodomínio, sei que mesmo conhecendo um por um meus demônios, minhas loucuras, minhas paixões, minhas perversões e os ardis do meu subconsciente, estou longe de ser um piloto excelente da minha própria alma. Mas pelo menos livrei-me do vício de olhar o mundo pelo viés daquele discurso interior de auto-exaltação e autocondenação compulsivas que constitituem noventa por cento da atividade mental da maioria, e que a levam a julgar e condenar conforme projete nas pessoas e idéias em torno os seus próprios demônios. Se eu conseguir transmitir um pouco dessa experiência aos meus alunos, acho que terei feito alguma coisa". (Olavo de Carvalho)
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